sábado, 12 de junho de 2010

A arte

Qual a função da arte na sociedade? Entreter? Mostrar caminhos ou trazer conhecimento e visão apurada sobre o nosso cotidiano? Um fotógrafo tem a mesma visão nossa na hora da foto? A crise de identidade de Elisabeth Vogler, em Persona, não nos leva a raciocinar nada?

A arte é muito vasta, atende todos os gostos através do teatro, cinema, música, pintura, dança, pintura, artesanato, literatura e fotografia. Cada uma dessas opções são formas distintas de arte. No entanto, uma pode influenciar a outra, uma vez que livros podem virar filmes, dança e música estão ligados e o casamento perfeito entre teatro e fotografia.

A arte nos leva a refletir sobre nossa vida. Um corpo nu, por exemplo, para a fotografia não tem nada de pornográfico. Os fotógrafos, com sua sensibilidade, usam focos em que seja possível admirar as formas perfeitas do corpo humano. Qualquer texto literário ou não, nos faz pensar sobre o que acontece não só no mundo, mas também em nossos sentimentos mais profundos. A literatura tem como princípio demonstrar os fatos históricos através da arte.
Arte é sim uma maneira de conhecimento. Não obrigatoriamente didático, ou seja, uma aula. A arte pode levar ao raciocínio, a compreensão de nossos sentimentos. Ela não pensa por nós, nem mesmo impõe uma regra, mas mostra inúmeros caminhos, conflitos internos e externos, que às vezes não percebemos em nosso dia-a-dia. Artistas são chamados de artistas, por possuírem sensibilidade mais apurada que a nossa.

Um exemplo, A Segunda Guerra Mundial. Sempre estudei sobre o assunto através dos livros, mas nunca um livro me comoveu tanto como assistir filmes sobre ela. Vendo as imagens, por um momento parecia tudo real, possibilitando o quase sentimento de dor e lamento, por saber que seres humanos são capazes de fazer uma barbaridade daquela.
Religião nos leva a compreender nosso caráter e moral. Todavia, não nos faz refletir sobre o que o mundo está fazendo. Apenas está preocupada em salvar nossas almas dos pecados. Pecados que são relativos. Como o segundo casamento proibido, fazendo com que algumas pessoas sintam-se receio de ir a igreja. Ou até mesmo por causa da cobrança de dízimos, que prometem “um pedacinho do céu”. Não que eu seja atéia, ao contrário sou católica, mas tenho sinceridade o suficiente para discordar de certos mandamentos da minha igreja.

Mas, onde entra a arte nessa história? A arte é capaz de nos fazer refletir até mesmo sobre nossas crenças. O filme Amém, dirigido por Costa Gavras, mostra exatamente a omissão da igreja diante do holocausto da Segunda Guerra Mundial. Ora, existe pecado maior do que a omissão? Omissão diante da morte de crianças, que não pediram para nascer nesse mundo louco em que vivemos.

A arte é a única capaz de discutir isso e tacar na cara de quem for o triste passado enterrado não só da igreja, mas de tantas outras instituições e do nosso próprio caráter. A arte ninguém excomunga, não cala, não mata. Ela renasce a cada dia, em diferentes formas e para diferentes públicos. Deveria ser mais respeitada e valorizada, mas infelizmente muitos ainda acreditam que arte é futilidade e uma forma fácil de ganhar dinheiro. Bobinhos, continuem vendo a vida passar acatando ordens e oratórias de falsos moralistas que repudiam qualquer forma de expressão.

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