A data não é considerada feriado nacional, no entanto representa
uma homenagem da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), ao jornalista Líbero
Badaró, que nos anos de 1830, empenhava-se em denunciar os abusos do Império. O
7 de abril não é nomeado pelo nome de Badaró, todavia, ficou conhecido como o Dia Nacional do
Jornalista.
Esse ano, a ocasião é digna de muitas reflexões sobre seu passado, presente e futuro. Após 50 anos do Golpe Militar de 65, os horrores trazidos pelo AI-5 ainda assombram as redações e os profissionais que sobreviveram ao período. O pano da censura deixou cicatrizes na imprensa brasileira que ainda levarão vários anos para desaparecer.
Se não bastasse o passado, o presente está abrindo novas e violentas feridas para a nossa profissão. Dados de instituições com a ABRAJI (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e PEC (Press Emblem Campaing) revelam em suas pesquisas, que o Brasil é o 2º país mais perigoso para jornalistas.
Estariam nossas vozes sendo caladas mais uma vez? Vítimas de quem? Das ameaças concretizadas diante da revelação das verdades? Da violência que se instaurou enquanto a bandeira de mudança se erguia nas vozes de nossos jovens? Vítimas de uma profissão que não está preparada para situações de risco? O que explica isso?
O que explica a vontade de novos universitários ao entrar em um Curso Superior de Jornalismo diante de todos esses fatos? Uma profissão com um futuro incerto, infelizmente, desvalorizada e sem respeito algum. Já não somos mais os únicos mediadores entre os fatos e o mundo lá fora. As coisas mudaram, e como se transformaram...
Fomos afetados em cheio com essas transformações. O jornalismo vive um momento de naufrágio. Há quem diga que a profissão irá desaparecer quando as novas tecnologias efetivamente dominarem o mundo. Será?
Quando isso acontecer...
Quem ficará fielmente nas multidões, haja chuva ou sol, em busca de informação?
Quem trabalhará até tarde para apurar as informações?
Quem vai cobrar explicações?
Como seria o mundo se os jornalistas desaparecessem?
Pois, bem. Ainda há muito que pensar sobre isso.
Que nossos
estudantes entrem em um curso de Jornalismo apaixonados pelo exercício diário
de reflexão, ética e imparcialidade; não pelo falso glamour e status
intimamente ligados à profissão.
Que em algum dia desses, nossos profissionais sejam valorizados, pois, mesmo que seja parecido com um “sacerdócio”, o amor infelizmente acaba quando a rotina e as condições de trabalho ficam insuportáveis. Por mais que as frações de segundos passem como um raio, é humanamente impossível acompanhar esse ritmo. E sim, somos jornalistas e não o Homem Aranha
Que em algum dia desses, nossos profissionais sejam valorizados, pois, mesmo que seja parecido com um “sacerdócio”, o amor infelizmente acaba quando a rotina e as condições de trabalho ficam insuportáveis. Por mais que as frações de segundos passem como um raio, é humanamente impossível acompanhar esse ritmo. E sim, somos jornalistas e não o Homem Aranha
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E finalmente, que algum dia, as cicatrizes deixadas pela Ditadura Militar se transformem em marcas de superação. Que nossos mestres relatem aos futuros jornalistas que ocuparão as cadeiras das faculdades de jornalismo, a história de profissionais como Vladimir Herzog, que pagou com a vida o preço de não se calar. Também, que o sangue derramado nas manifestações de junho de 2013 não seja esquecido. Entre balas de borracha, gás lacrimogênio, ativistas, policiais, vândalos ou não; lá estavam centenas de jornalistas, alguns deles foram gravemente feridos, outros, perderam a vida.
E finalmente, que algum dia, as cicatrizes deixadas pela Ditadura Militar se transformem em marcas de superação. Que nossos mestres relatem aos futuros jornalistas que ocuparão as cadeiras das faculdades de jornalismo, a história de profissionais como Vladimir Herzog, que pagou com a vida o preço de não se calar. Também, que o sangue derramado nas manifestações de junho de 2013 não seja esquecido. Entre balas de borracha, gás lacrimogênio, ativistas, policiais, vândalos ou não; lá estavam centenas de jornalistas, alguns deles foram gravemente feridos, outros, perderam a vida.
Apesar de todo o risco que oferece, a profissão tem algo de mágico, de apaixonante. Por mais que ela seja terrível, não conseguimos abandoná-la. Talvez essa seja a melhor qualidade de todo jornalista: a de nunca desistir.
Parabéns a todos os jornalistas brasileiros.