quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O Peso do Preconceito


Em pleno século XXI algumas formas de preconceito ainda permanecem na sociedade. Manifestado em diversas maneiras muitas vezes o preconceito vem acompanhado por ofensas, humilhações e agressões psicológicas para quem sofre a discriminação.

Segundo a psicóloga Conceição Poletto, as pessoas têm preconceito pelo fato de terem culturas, hábitos e muitas vezes criarem padrões e estereótipos a serem seguidos. “Cada indivíduo tem uma família de origem que lhe transmite formação cultural, com crenças, valores, mitos e tradições que os levam a perceber no outro a diferença daquilo que lhe foi passado como verdade e acredita nela”.

O preconceito não se limita apenas aos homossexuais, mulheres, idosos, deficientes e negros. O tipo físico também é motivo de muita discriminação, principalmente quando se trata de obesidade.

Crianças um pouco mais pesadas freqüentemente são chamadas de apelidos como: “baleia”, “tubarão”, “freel Willy” e outros nomes que causam constrangimento e vergonha. De acordo com a psicóloga pode existir preconceito entre as crianças, mas nem sempre elas compreende o que é e o porquê. “Ela introjeta para si os modelos familiares que lhe são passados e os leva consigo nas suas relações ou nas suas formas de interpretação”.

Não só as crianças, mas adultos também sofrem com preconceitos. Comprovado principalmente na hora das compras. Poucas lojas oferecem tamanhos maiores, é muito difícil achar roupa bonita e acessível em tamanhos especiais.

Quando manifestado entre os adolescentes, o preconceito pode desencadear sérios distúrbios alimentares como a bulimia e anorexia. Com o intuito de perder peso em pouco tempo, muitos adolescentes homens e mulheres, forçam o vômito após as refeições ou até mesmo não se alimentam.

O espaço virtual acaba sendo uma forma de protesto contra o preconceito. Vários blogs tratam sobre o tema. Os autores revelam suas vitórias contra a balança e uma possível reintegração na sociedade.

Com tantos remédios, cirurgias e métodos de emagrecimento, as pessoas obesas ou acima do peso se sentem excluídos da sociedade. Muitas ficam com receio de sair nas ruas, têm dificuldade para namorar e cumprir suas tarefas diárias.
Algumas vítimas de preconceito levam uma vida normal. Outras se isolam evitando contato com a sociedade.

Vítimas de qualquer tipo de preconceito acabam se afastando da sociedade com medo de maus tratos e principalmente com vergonha da aparência. Para a psicóloga, o fato de serem discriminados e excluídos dos meios sociais ou pelo grupo ao qual gostariam de pertencer, pela diferença seja: etnia, cor, religião, crenças, costumes, origem, padrões sociais e financeiros. Poderá levar uma pessoa ao isolamento. “O mesmo pode ter sua auto-estima baixa, menos valia social, dificuldade de relacionamento, timidez, comportamentos agressivos e buscar a partir daí formas de fuga através da bebida, drogas e prostituição ou apresentar transtornos de saúde mental como fobias, síndrome do pânico e psicopatias”.

domingo, 26 de setembro de 2010

20 anos!



Meu aniversário está chegando. Refletindo sobre o tempo sou muito grata por ter nascido em 1990. Cresci assistindo desenhos da Tv Colosso, brincando de Barbie, fazendo casinhas na terra que tinha no quintal da casa dos meus avós. Ouvi muito Pato Fu, Los Hermanos, Adriana Calcanhoto e não Restart e Justim Bier.


Escrevi muitos textos em papéis de carta. Minha letra ainda era irregular, porém eu já sentia um amor imenso por elas e ódio mortal dos números. Li todos os livros do Cachorrinho Samba, Cavalheiros da Tavolta Redonda, Mitologias Gregas. Na adolescência conheci Machado de Assis e por Dom Casmurro me apaixonei. Um livro, um amigo e um amor.


Machado de Assis ainda intrigou-me com Memórias Póstumas de Brás Cubas. Perfeição física não é nada. Talvez a manca que você desprezou seja a única que vá ao seu velório. Mas, em um belo dia sou apresentada à obra de Clarice Lispector. A mais pura explicação da minha personalidade em um livro.


E o cinema? Bom, sempre achei o Harry Potter um máximo. Porém com o passar dos anos fiquei um pouco mais critica para cinema. Não é qualquer coisa que me agrada. Exceto quando se trata de Casablanca, E o vento Levou, Persona e Cinema Paradiso.


Quanto aos amigos, muitos passaram por esses vinte anos. Alguns tiveram pequena participação, mas me lembro com saudade das meninas que brincavam de boneca comigo, amigos da escola, da faculdade e dos amigos que estão longe. Pois cada coisa que vejo vem com um caminhão de lembranças gostosas.


Nesse dia nove de outubro chego aos vinte anos de idade. Com a missão de ser Neta, Filha, Irmã, Tia, Sobrinha, Prima, Amiga, Jornalista e quem sabe um dia esposa e mãe. Principalmente com a exigência de ser Feliz e fazer todos ao meu redor felizes.


Talvez eu continue um pouco igual à Andresa de cinco anos que erguia os pezinhos quando pisava na terra. Continuo usando Melissa, um pouco dondoquinha com cabelo bem penteado, sapatinho boneca e pele branquinha. Graças a Deus só na aparência, pois sou bem diferente do que muitas pessoas pensam.


Posso ser uma rosa vermelha no meio do breu, um sorriso na lágrima, uma mão esquentando o frio, piano no rock, a mulher vestida de menina, a meiguice na falta de educação, o rosa no marrom e a classe em qualquer ocasião.

Não preciso dizer que amo, pois amo com o coração, não com palavras. As pessoas que amo deixo livre, se a mim pertencerem o destino dará conta. Gosto de liberdade e na liberdade gosto que todos fiquem. Não cobro amor, pois ele é um sentimento e não obrigação.


Continuo livre, assim como quando eu era criança e corria livre na terra a fora.