segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ao diploma inválido

Há exatamente dois anos, no dia 17 de junho de 2009, O Supremo Tribunal Federal decretou o fim da obrigatoriedade do diploma de Jornalismo. Vários alunos que estavam cursando jornalismo viram-se em uma incerteza. Para que estudar durante quatro anos, sendo que não preciso de um diploma para exercer a profissão?
A maioria deve ter respondido que certamente não vale à pena continuar no curso. Mas, quem disse isso, não deve entender que antes de tudo, um curso superior não dá apenas “diplomas”. A universidade concede aos alunos base teórica e prática para que o futuro profissional possa entrar no mercado de trabalho preparado para todas as competências exigidas. Quem estuda jornalismo, sabe que não é tão simples escrever um bom texto, fazer uma reportagem televisiva, um programa de rádio ou até mesmo fazer fotografias que realmente passem alguma informação para quem a vê.
Diante da decisão do Supremo, podemos entendê-la como medo e falta de respeito com a imprensa e principalmente com os cidadãos (que estão à mercê de informação crua, não checada, textos pobres e reportagens superficiais). Não é interessante que a imprensa seja crítica. Para muitos veículos de comunicação também não é de bom grado, ter em suas redações 100% de profissionais formados; é mais barato.
Mas, em meio a esse cenário, em que a imprensa, as universidades e principalmente os bons profissionais são desmerecidos, o que se aprende na faculdade continua sendo indispensável. Pena que nem todos pensam assim, inclusive alguns alunos.
Ao Supremo, a decisão não conseguiu afetar a qualidade do jornalismo brasileiro. Em meio à “imprensa marrom”, sempre haverá bons jornalistas dispostos a cumprir com o dever de informar a sociedade da melhor forma possível; com diploma válido ou não.

Um comentário:

Marcelo Portuária disse...

Penso que fora acertada a decisão do Supremo Tribunal Federal, aproveito cá o ensejo, para expor as razões: pensemos que a obrigatoriedade do diploma retiraria o direito de atuação jornalistica de pessoas como Fernando Sabino, Afonso Schimidt, Paulo Mendes Campos; vejamos que com esta decisão temos a chance de ter em um jornal, ao menos,com um olhar menos pragmatico e hierarquico sem o domínio das regras; sonhamos com mais literatura nos jornais, na televisão, nos rádios.
Vemos jornalistas mecânicos, fieis aos ideais das corporações - que não transmitem sentimentos austeros aos seus leitores.
Confio que a diversidade no jornalismo, deveria se estender também para o direito, e permitir novamente, que rábulas fizesse certas defesas em juízo.

Pensemos melhor.
Parabéns pela postagem.

Marcelo Portuária
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