domingo, 11 de abril de 2010

A passionalidade premeditada

Quais os motivos que levam um homem a cometer um crime contra a mulher? Passionalidade ou premeditação? A classificação dos crimes contra a mulher não é isolada, há um pouco de passionalidade e premeditação em toda violência e todos os crimes destinados à mulher.

Em pleno século XXI, muitas mulheres continuam sendo vítimas de crimes como espancamentos, violência sexual, moral e homicídios. Na maioria dos casos esses crimes ocorrem em casa, lugar em que a mulher deveria ser protegida.

De acordo com dados levantados pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, entre janeiro e maio de 2009, publicados pela agência Patrícia Galvão, dos 1.286 casos de violência contra pessoas de 20 a 39 anos, 75% são mulheres e 68% dessas mulheres reconhecem o parceiro como agressor.

Ciúmes doentio, ego ferido e defesa da honra. Esses são alguns dos motivos utilizados para se explicar um crime contra a mulher. A explicação está sempre na passionalidade, ou seja, emoções afloradas, irracionalidade e falta de controle. O homem espanca e mata por amor e para “limpar a honra” em caso de adultério.

A passionalidade vem sendo argumento de crimes como o da estudante Eloá Pimentel, assassinada pelo seu ex-namorado Lindemberg Alves, após ter sido mantida em cativeiro durante cem horas. Segundo o criminoso, ele não se conformava com o fim do namoro e queria forçar uma reconciliação.

Fiquemos atentos para uma questão, a passionalidade e a premeditação podem estar juntas. Passionalidade pelas emoções como ciúmes excessivo, ódio de ter sido trocado por outro homem. Premeditação pelos requintes de crueldade presentes na maioria dos casos, impossibilitando qualquer chance de defesa e sobrevivência das vítimas.

Desde que uma arma de fogo esteja no local do crime é sinal de premeditação, como no caso de Eloá. Não se trata apenas de um crime passional; pelas suas atitudes desde o cárcere até o disparo na cabeça da ex-namorada, Lindemberg só demonstrou que pretendia tirar a vida de Eloá, pois se ele não a tinha, ela não viveria para ter um relacionamento com um homem que não fosse ele.

O mesmo vale para crimes cometidos em virtude de adultério. A justiça existe e o divórcio também. O casamento pode ter fim sem que um tire a vida do outro, basta um acordo legal e ambos podem continuar suas vidas com outros companheiros. No entanto, a defesa da honra acaba sendo o pretexto desse tipo de crime.

A meu ver, sempre um crime passional está acompanhado da premeditação; o agressor ou assassino tem noção de que seus atos podem machucar e matar uma mulher, assim como a violência moral e sexual traz tristeza e vergonha.
Quem diz matar por amor deveria consultar o verdadeiro significado da palavra amor. Mata-se por todos os motivos, menos por amor. Nesse tipo de crime o motivo pode ser passional, mas os meios são premeditados.

A informação na internet: o mundo a um clique

Em 1777, a notícia da morte do pai de D. João VI demorou três meses para chegar até o Brasil. Ela veio de navio. O que seria de nós se todas as notícias demorassem três meses para chegar? Não, é melhor não imaginar.

Os sites de notícias a cada dia ganham prestígio entre o público de qualquer idade; ganham o espaço que até há pouco tempo pertencia aos jornais impressos. Isso significa revolução na maneira de fazer, publicar e ler notícias. A internet causou uma transformação na transmissão e fluxo de informações jornalísticas. A notícia chega até o público em questões de segundos, atualizada e em tempo real, mesmo que os fatos ocorram do outro lado do mundo.

Uma vantagem da internet é a rapidez com que a informação chega até o leitor. Não é necessário esperar o jornal do outro dia chegar para você saber tudo o que aconteceu e principalmente o que está acontecendo no país e no mundo. Basta acessar um dos inúmeros sites de notícias que existem. E a um clique todos os fatos e acontecimentos estarão em suas mãos.

A agilidade e objetividade da internet vem roubando muitos leitores dos jornais e das emissoras de televisão. Segundo dados do IVC (Instituto Verificador de Circulações), a circulação de jornais caiu 3,5 % no ano passado. Um sério motivo de preocupação para os donos de jornais. O principal motivo dessa queda está no cotidiano das pessoas. Atualmente vive-se em um dia-a-dia agitado, as pessoas sempre optam por alimentação, transporte e informação rápidos. Não há mais tempo para sentar e ler um jornal. Na internet o leitor tem acesso a um grande número de informações em questão de segundos, atualizadas e objetivas, feitas para quem corre contra o tempo, em uma sociedade em que o tempo é dinheiro.

A atualização das notícias a cada segundo e a rapidez também são um dos motivos que pesam muito e eleva a internet na preferência do público. No dia do acidente com o avião da TAM em Congonhas, São Paulo, os jornais impressos já estavam sendo rodados, portanto, os detalhes da notícia só sairiam na edição do dia seguinte. Mas em todos os sites de notícias, havia detalhes sobre o acidente e cobertura completa.

Muitos jornais como a Folha de S. Paulo, O Estadão e outros grandes jornais do segmento impresso, lançaram versões online com complementos e conteúdos da versão impressa. Talvez uma maneira de atrair o público ou resistir no mercado que cada vez mais vem sendo dominado pela internet e suas vantagens como: rapidez, atualização, síntese, economia e comodidade.
O arquivo de informações das páginas da net é fabuloso. Texto, vídeos curtos e imagens informam de maneira rápida e objetiva. Ao mesmo tempo em que se lê a notícia assistimos ao vídeo de dois a três minutos no máximo.

A informação na internet torna-se atrativo até para os jovens que são resistentes aos textos jornalísticos; talvez por trauma ou preguiça das letras miúdas e os extensos textos dos jornais impressos. Para quem não gosta de ler, as páginas da internet possibilitam informações curtas e enxutas, além de serem compreendidas com facilidade, devido a sua linguagem clara e objetiva, sem a intenção de obedecer a normas de manuais de redação e diagramação.

O web jornalismo é uma vantagem que e só tem a trazer benefícios para quem tem acesso a ele. A internet possibilitou com toda a sua estrutura, propagação de notícias em todas as fronteiras mundiais, chegando às pessoas no momento em que acontecem. Independentemente da localização, ela chegará até você, mesmo que tenha acontecido no Japão e você esteja no Brasil.

Se em 1777 tivesse internet, provavelmente a notícia da morte do pai de D. João VI, não demoraria três meses para chegar até o Brasil; ela não viria de navio também. Seria enviada por email pelas agências de notícias de Portugal e estaria no Brasil em questão de minutos. Quem consegue imaginar informação sem internet, parou no tempo. Atualmente as páginas dos sites que trazem informações tornaram-se parte do dia-a-dia de qualquer pessoa, não só de jovens e trabalhadores das grandes corporações. A notícia rápida e objetiva tornou-se parte do cotidiano das pessoas que buscam estar atualizadas e não podem e não querem esperar o jornal para ler o que já ficou ultrapassado na internet.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Os mandamentos do jornalista

1º Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental.
2º Não verás teu filho crescer.
3º Não terás feriado, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga.
4º Terá gastrite, se tiver sorte. Se for como os demais, terá úlcera.
5º A pressa será teu único amigo e as suas refeições principais serão os lanches, as pizzas e o China in Box.
6º Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo, isso se te sobrarem cabelos.
7º Tua sanidade mental será posta em cheque antes que completes 5 anos de trabalho.
8º Dormir será considerado período de folga, logo, não dormirás.
9º Trabalho será teu assunto preferido, talvez o único.
10º A máquina de café será a tua melhor colega de trabalho, porém, a cafeína não te fará mais efeito.
11º Terás sonhos, com entrevistados, e não raro, resolverás problemas de trabalho neste período de sono.
12º Exibirás olheiras como troféus de guerra.
13º E, o pior... Inexplicavelmente gostará de tudo isso.......

segunda-feira, 22 de março de 2010

Cultura de massa x cultura clássica


O mundo viveu uma época em que qualquer tipo de manifestação cultural e artística era detida e acessível a um pequeno grupo de pessoas: as camadas mais ricas da sociedade e a igreja católica. Ou seja, as camadas mais pobres da população não tinham acesso a livros, estudo e teatros. Além da exclusão social havia a exclusão cultural, a maioria dos livros eram caros e nem todos tinham conhecimento suficiente para compreender a linguagem utilizada pelos autores.
A sociedade progrediu e o acesso a cultura também, atualmente contamos com escolas publicas, coisa que naquela época não existia; apenas uma parcela muito pequena da população tinha acesso à educação. Os livros e a literatura passaram a se tornar mais populares, na medida em que os escritores e a indústria erudita estavam à beira da falência, pelo simples fato que os ricos passaram a gostar de televisão e internet.

E aí ninguém mais leu livro? Sim, mas agora os livros estão mais acessíveis não só em termos de preços, mas também em linguagem. Não é mais necessário um dicionário para compreender a linguagem de um livro, coisa que eu particularmente fazia muito quando lia as obras de Machado de Assis, mas mesmo com trauma de dicionário sou apaixonada por todos os livros dele, só por saber que nunca mais ninguém vai escrever um livro igual a Dom Casmurro, livro que li na idade de ler todas as edições do Cachorrinho Samba.

Agora Dom Casmurro está prestes a se tornar uma história em quadrinhos para atrair o público adolescente, achei um absurdo, pois o livro vai perder toda a sua riqueza e principalmente a dúvida que até hoje não foi descoberta: Capitu traiu ou não Bentinho? O mesmo está acontecendo com as músicas que andam ganhando traduções ridículas: “Gatinha, você gosta mais de Red Label ou Ice?”; e as pessoas cantam e colocam isso no Orkut e msn, como se estivessem fazendo uma citação filosófica.

No entanto, não vejo a população e as pessoas como culpadas disso, apenas as vejo como consumidoras do produto que restaram a elas. Infelizmente alguns produzem bons produtos, mas outros não. E todos consomem com a intenção de ser alguém e ter alguma forma de entretenimento, pena que seja dessa forma.
A cultura clássica ficou trancafiada por muito tempo e hoje que ela é acessível quase ninguém quer saber dela, ler a história do vampiro apaixonado é mais bonito, moderno e interessante do que ler um bom clássico. É mais gostoso rebolar e se esfregar dançando Gatinha, você gosta mais de Red Label ou Ice? Do que ouvir Coldplay por exemplo. O que me assombra é o destino da cultura, ou melhora ou piora.

sábado, 20 de março de 2010

E eu tenho uma paixão chamada jornalismo

Vou começar esse texto lembrando de quando eu era apenas uma criança e brincava de jornalista com a escova de cabelo, o espelho era a câmera e mesmo no calor eu me enfiava dentro das blusas de frio; o figurino era completo. E às vezes sentia forte emoção quando o Jornal Nacional entrava no ar. No colégio tenho que admitir nunca fui muito boa em matemática, sempre achei os números muito frios e nunca entendi e ainda não entendo o sentido e a origem daquelas fórmulas de Pitágoras e companhia limitada. Meu forte estava com as letras, com as palavras; gostava de juntar cada uma delas e fazer com que ganhassem sentido e significassem algo.

Cresci um pouco ou extremamente tímida, mas meu amor pelas palavras só cresceu cada dia; eu, o papel e o lápis; um trio em perfeita harmonia ainda mais se tiver uma música no fundo. Está aí uma coisa engraçada, ninguém entende com sou capaz de escrever ou estudar com o som na última altura, de preferência ouvindo rock. Na verdade nem eu sei explicar, só sei que a música é o que me impulsiona a escrever, entre baterias e guitarras eu preencho folhas e folhas de textos.

E o jornalismo? Ah o meu grande amor, esse tem tudo a ver comigo; a cada aula sinto que já conhecia todas as teorias, modos e pirâmides invertidas de longa data. Na verdade, me apaixono por essa profissão dia após dia. Simplesmente pelo fato de saber que um dia o que escrevo vai estar impresso em um jornal; não pela fama; mas por saber que poderei contribuir para que as pessoas e a sociedade sejam um pouco mais justas. Desde que entrei na faculdade já sabia que o papel do jornalista é esse, e não aparecer na televisão, ser capa de revista ou ganhar prêmios. Na realidade o maior prêmio que se pode ganhar no jornalismo, é causar uma modificação no pensamento e nas atitudes das pessoas.

Quando estudo a Ditadura Militar e a história dos jornalistas assassinados neste período, sinto um aperto enorme e ao mesmo tempo orgulho por saber que em uma época de censura e repressão, esses profissionais deram suas vidas para cumprir o dever de lutar a favor da informação e dos direitos da sociedade. Eu seria um deles; amo tanto essa profissão que colocaria minha vida em risco.

Eu a amo mais do que se possa imaginar e por isso debruço sobre livros e teorias, escrevo todos os dias embalada não só pelas baterias e guitarras, mas também pelo forte desejo de mudança através da força das palavras, motivo pelo qual decidi e farei a diferença no jornalismo.

sábado, 6 de março de 2010

Outro jornalismo é possível?

Nós jornalistas temos como função deixar a população bem informada sobre os acontecimentos do dia-a-dia, não só da cidade em que você mora, mas do estado, país e planeta. O jornalista é o profissional destinado a fazer com que o máximo de informação chegue até você da melhor forma possível.

Mas por trás dessa linda e difícil missão de levar parte da verdade e da realidade até o público há muitas trevas no caminho, uma delas é a manipulação. Para dar início à discussão vou usar o filme: Quanto vale ou é por quilo? Dirigido por Sérgio Bianchi.

O filme gira em torno da indústria da filantropia, ou seja, empresas e organizações que se promovem à custa da solidariedade. Em troca de ações sociais como instalação de computadores e internet nas periferias, doação de brinquedos, e construção de prédios. Essas empresas ganham prestígio na sociedade, enquanto na verdade não fazem nada, pois só lucram com essas atitudes e a maioria dessas empresas não estão preocupadas em fazer caridade, mas sim com o marketing social.

E a pergunta que não quer calar. Que lugar o jornalismo e a mídia ocupam nesse cenário? A resposta é simples, absolutamente a mídia é o principal meio de divulgação dessas empresas que tentam se promover usando a miséria e a exclusão social como meio de ascensão e reconhecimento social.

Mas não é tudo que está perdido, há salvação. Assim como o jornalismo e a mídia promovem esse tipo de “empresa”, ele também pode acabar com ela. Através de um jornalismo voltado para o social, ou seja, que os jornais trabalhem realmente para as pessoas da sociedade.

A informação é essencial para a construção da cidadania, a partir dela as pessoas ficam cientes dos seus deveres e principalmente dos direitos. É preciso fazer um jornalismo que tenha como foco a sociedade e não os governantes.

Tem que acabar de uma vez por todas a história que se o prefeito asfaltou a rua, ele está fazendo uma benfeitoria para a população, na verdade é sua obrigação zelar pela pavimentação da cidade, assim como garantir educação, emprego e saúde.

E esse tipo de discurso só vai acabar quando os jornais realizarem a principal função de informar e mostrar o erro, para promover uma sociedade mais justa e humanitária, na qual as pessoas não sirvam como meio de status para político e empresário nenhum.



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Aqui quem fala é da Terra

Catedral da Sé em São Paulo, a pobreza encontra abrigo na fé
FOTO: Andresa Oliveira


Lenine já dizia em sua canção: é preciso ter paciência, e é verdade. O mundo está abandonado, algumas pessoas perderam o significado de algumas palavras e valores, infelizmente dinheiro está acima do bem e do mal, da alegria e da tristeza e principalmente acima do respeito.

Percebo que o mundo virou um ringue e um desfile de moda, ringue porque a competição é grosseira, a inveja ultrapassa todas as barreiras de bom senso e respeito ao próximo, você tem que ser melhor, mais bonito, mais rico, mais magro e assim por diante.Desfile de moda, pois cada vez mais o consumismo cresce exageradamente, enquanto a maioria da população do país passa frio e fome.

É preciso ter paciência realmente com pessoas que só pensam nelas e vivem com suas reservas de egoísmo e covardia diante da realidade do mundo. Hoje em dia até o amor foi trocado por dinheiro, ama-se a conta bancária, não a pessoa.

Amigos? Estão raros, uma vez ou outra vejo algum circulando, querendo saber se você está bem e quer te ouvir sem reclamar do namorado ou da dieta que deu errado. Amigos de verdade dá para contar nos dedos.

E se você quiser “ter moral com a galera” ande na moda, não seja careta, vista-se todo enfeitado mesmo que você deteste, ou arrisque-se a levar um belo nome de antiquado, se não quiser ter moral, seja você e ponha a roupa que você achar melhor. Ah! não se esqueça de beijar todos na festa. Pois é, o mundo está assim caro leitor.

Preocupe-se com a escova progressiva, com o ar-condicionado da sala de aula que é ruim ao invés de estudar, com a parede que é feia, com as coisas que você queria ter e com a marca da calça jeans. Deixe de lado as coisas que realmente importam, principalmente que as pessoas tem sentimentos e que há outras coisas mais úteis a serem pensadas como a fome e as desigualdades sociais que só aumentam graças a atitudes de pessoas consumistas.
O que faz uma pessoa ser interessante é o seu conteúdo, não um rostinho bonito, uma carteira cheia de dinheiro, cabelo liso, roupa de grife e carro importado. Uma pessoa é interessante pela sua essência. Acredito que muitas pessoas que nunca entraram dentro de uma universidade tem muito mais conhecimento e conteúdo do que estudantes de fachada.


Tá rindo é? Não é para rir não, é para ter paciência se der, se não der, a verdade não dói, desabafe para não entediar e você ganhar uma crise de estresse. Mas se ficar estressado não fuja o mundo precisa de pessoas que lute por ele, colocando em seu devido lugar alienados, invejosos, puxadores de tapete e afins.