sábado, 6 de março de 2010

Outro jornalismo é possível?

Nós jornalistas temos como função deixar a população bem informada sobre os acontecimentos do dia-a-dia, não só da cidade em que você mora, mas do estado, país e planeta. O jornalista é o profissional destinado a fazer com que o máximo de informação chegue até você da melhor forma possível.

Mas por trás dessa linda e difícil missão de levar parte da verdade e da realidade até o público há muitas trevas no caminho, uma delas é a manipulação. Para dar início à discussão vou usar o filme: Quanto vale ou é por quilo? Dirigido por Sérgio Bianchi.

O filme gira em torno da indústria da filantropia, ou seja, empresas e organizações que se promovem à custa da solidariedade. Em troca de ações sociais como instalação de computadores e internet nas periferias, doação de brinquedos, e construção de prédios. Essas empresas ganham prestígio na sociedade, enquanto na verdade não fazem nada, pois só lucram com essas atitudes e a maioria dessas empresas não estão preocupadas em fazer caridade, mas sim com o marketing social.

E a pergunta que não quer calar. Que lugar o jornalismo e a mídia ocupam nesse cenário? A resposta é simples, absolutamente a mídia é o principal meio de divulgação dessas empresas que tentam se promover usando a miséria e a exclusão social como meio de ascensão e reconhecimento social.

Mas não é tudo que está perdido, há salvação. Assim como o jornalismo e a mídia promovem esse tipo de “empresa”, ele também pode acabar com ela. Através de um jornalismo voltado para o social, ou seja, que os jornais trabalhem realmente para as pessoas da sociedade.

A informação é essencial para a construção da cidadania, a partir dela as pessoas ficam cientes dos seus deveres e principalmente dos direitos. É preciso fazer um jornalismo que tenha como foco a sociedade e não os governantes.

Tem que acabar de uma vez por todas a história que se o prefeito asfaltou a rua, ele está fazendo uma benfeitoria para a população, na verdade é sua obrigação zelar pela pavimentação da cidade, assim como garantir educação, emprego e saúde.

E esse tipo de discurso só vai acabar quando os jornais realizarem a principal função de informar e mostrar o erro, para promover uma sociedade mais justa e humanitária, na qual as pessoas não sirvam como meio de status para político e empresário nenhum.



2 comentários:

Lucas Bergman disse...

Isso nos mostra que o JORNALISTA é o CONHECIMENTO e a MíDIA o PODER.
O problema é como ele será usado.

Andresa disse...

Sim, parabéns a ideia do texto é essa. o jornalismo traz conhecimento, mas isso só é possível através da mídia, que muitas vezes comete essas gafes.