quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Boas vidas...

O ano de 2010 foi muito importante para mim. Profissionalmente pude estar em contato com diversas pessoas experientes. Trabalhei, escrevi, fotografei, comecei a escrever meu livro e me encontrei com o jornalismo cultural.
Pessoalmente começou muito bem e está terminando muito mal. Superei desafios, fui mais forte, fraca, impulsiva e teimosa. Vivi dias e noites de extrema felicidade e hoje estou aqui escrevendo esse texto chorando.
Perdi amigos. Duas morreram, alguns se afastaram não sei por quê. Coração de luto, alma sagrando, dor profunda. A sensação é de medo. Sabe receio? Então é o que sinto hoje. As coisas e as pessoas mudam, mas não estou acostumada com isso. Minha palavra é uma só.
Embora esteja isolada, me sentindo castigada, sou muito grata inclusive pelos momentos de profunda solidão. Tudo o que acontece em minha vida é muito bem vindo, até os castigos. Mas o que eu fiz para ser punida? Falei a verdade? Defendi meus ideais? Não sei mais nada.

Minha vontade é de jogar tudo no lixo. Não consigo. Há muitas coisas que fazem parte de mim, inclusive as decepções. Quando me liberto, logo minha alma retoma o que eu gostaria de afundar.
Mudei o cabelo, tentei ser uma nova pessoa, afundei cada vez mais nos livros, fechei meu sorriso. Mas eu estava sendo falsa comigo. Atendia expectativas de outras pessoas, esqueci que eu respiro e tenho vida.


Sei que é muito difícil. Todavia, não vou vestir uma máscara e ser o que esperam de mim. Tenho compromisso com meus sonhos, com minha personalidade e com os amigos que realmente gostam da verdadeira Andresa. Aquela que fala a verdade na cara, não é popular, nem mesmo querida por todos. Recolho-me a gostar de tudo muito bem arrumado, de pessoas verdadeiras, amigos fiéis, dos meus livros, continuo apaixonada por jornalismo; mesmo que este seja considerado o mal da humanidade.


Tenho certeza que um dia vou conseguir jogar fora todos os motivos das minhas lágrimas. Vai demorar, doer, abrirá feridas. Mas, ainda vou respirar aliviada e rir da palhaça que fui. A risada será bem vinda, assim como as lágrimas que rolam pelo meu rosto nesta noite.


Um futuro me espera. E ele é mais digno de minha preocupação, pois é por ele que os calos se formam em meus dedos e é por ele que a cada dia me afasto de muitas pessoas. Calos serão muito bem vindos. Eu me darei boas vindas nesse próximo ano, apenas vou voltar à vida.

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