sábado, 31 de julho de 2010

O crime do estereótipo

É notório o aumento da violência contra as mulheres no Brasil. Segundo reportagem do Diário da Região, de São José do Rio Preto; no período de sete meses quinze mulheres foram assassinadas. Casos absurdos como o da modelo Eliza Samúdio, amplamente noticiado pela imprensa brasileira e estrangeira.

Todos os dias várias Elizas são assassinadas, mas nem todos os casos ganham a atenção merecida. Essas mulheres fazem parte da contabilidade dos índices de violência do nosso país; que até então conta com uma lei para proteger as mulheres. Todavia, parece que não está sendo cumprida.
A violência contra a mulher se manifesta em diferentes formas que não se limitam às agressões físicas, mas também a tortura psicológica, aos estereótipos e as ofensas verbais. Desde muito tempo as mulheres sofrem com preconceito, violência e estereótipos; moldes que as obrigam a serem reféns de uma beleza que não existe. Existe apenas para os estilistas e no photoshop.

Na revolução feminista, muitas mulheres foram até as ruas para conquistar direitos. Dentre esses direitos estão o respeito, o direito a participar da vida pública e principalmente para poderem ser independentes dos homens. Atualmente mesmo que muitas mulheres sejam independentes financeiramente, elas ainda dependem do olhar masculino para serem felizes.
Essa afirmação explica o culto ao corpo perfeito, no qual muitas mulheres são levadas para os consultórios de cirurgiões plásticos, com o objetivo de mudar alguma parte do corpo. Outras são escravas dos exercícios físicos e dietas; esgotam a saúde para esculpir o corpo, a fim de se tornarem mais atraentes para os homens.

A mulher perfeita é omissa, vaidosa, tem cintura fina, seios grandes, cabelo de Barbie, ela é siliconada e tem mais osso do que carne. Sim, os estereótipos também são uma forma de violência contra a mulher. Pena que muitas não acham isso. O estereótipo é um crime, assim como um assassinato.

É revoltante que as mulheres estejam sendo tratadas com tanta violência. O espancador esquece o dom concebido a esse sexo: O de gerar uma nova vida. Espancar ou agredir uma mulher é o mesmo que bater e machucar sua mãe. Pois no ventre da cada uma o mais tarde que seja, uma nova vida estará germinando. Infelizmente a vida de muitas mulheres foi interrompida antes que elas tenham sido mães. Outras repugnam a palavra gravidez, por deformar o corpo. Coitadas, não sabem o quanto são lindas as formas arredondadas da gestação.

Pena que tantas mulheres sejam vítimas de violência, mais triste ainda quando elas impõem a se auto-agredir em busca do olhar de um homem. Dentro da embalagem existe um ser humano, que respira, pensa, tem sentimento, fome, sede e sonhos. Rotulem as bonecas. Não façam mulheres de verdade virarem bonecas.

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